Todos sabíamos que «a verdadeira crítica não tem de ser feliz ou infeliz, tem de ser honesta», como a Carla afirmou. Mas quando se escreve nos jornais há quase 50 anos (é o caso do MEC, que passou pelo "O Jornal", "Sete", "Expresso", "O Independente" e agora o "Público"), é difícil escrever de uma "forma azeda", ainda por cima quando se gosta das palavras, das pessoas e das coisas.
Acabei por ficar a pensar no assunto, entre as viagens de metro e cacilheiro, para a minha margem. Até me recordei das palavras do Miguel, numa entrevista, já com alguns anos, em que ele admitia que a melhor maneira de criticar alguém, era não o conhecer, nunca ter falado com ele. Porque depois descobre-se que as pessoas até são simpáticas e torna-se tudo mais difícil...
Fiquei em silêncio durante a conversa. Poderia ter dito que o Miguel conquistou o direito a escrever sobre coisas que lhe agradam, mas que deixara de ser "crítico" (pelo menos como se entende a função).
E há ainda outra coisa. Mesmo sem nunca ter falado com o Miguel, nem tão pouco o conhecer, apenas de vista, não tenho grandes dúvidas de que ele é boa pessoa. É o que mais se destaca das suas palavras diárias.
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
O MEC escreve aquilo que pensamos mas que não conseguimos escrever.
ResponderEliminarNão vou tão longe, Severino.
EliminarEle agora escreve sobretudo o que lhe apetece. E faz muito bem (e bem). :)